quarta-feira, 8 de maio de 2013

NADA-E-NINGUÉM

Por Walter M. Ziebarth

Sentada sozinha no escuro da rua
não era niguém, não era nada
passava o tempo mirando a lua
pensando no tempo em que era alada

Rugia sozinha querendo batalha
fazendo tormenta em copo d'água
esgueirava por entre o fio da navalha
Por fim, jazia, sangrando em mágoa

Pobre coitada, nada-e-ninguém
esperando a porta abrir-se por lá
rogava praga ser ver a quem
sem ver a porta abrindo-se cá

O cabelo branco que ali não havia
mostrava nada além da mesmice
pra quem antes era má companhia
hoje já não havia quem a visse

E, se a história é triste como parece ser
é porque nada-e-ninguém jamais dera o braço a torcer

Nenhum comentário:

Postar um comentário