Sentada sozinha no escuro da rua
não era niguém, não era nada
passava o tempo mirando a lua
pensando no tempo em que era alada
Rugia sozinha querendo batalha
fazendo tormenta em copo d'água
esgueirava por entre o fio da navalha
Por fim, jazia, sangrando em mágoa
Pobre coitada, nada-e-ninguém
esperando a porta abrir-se por lá
rogava praga ser ver a quem
sem ver a porta abrindo-se cá
O cabelo branco que ali não havia
mostrava nada além da mesmice
pra quem antes era má companhia
hoje já não havia quem a visse
E, se a história é triste como parece ser
é porque nada-e-ninguém jamais dera o braço a torcer
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