quarta-feira, 7 de agosto de 2013

COMPANHEIRO DE AVENTURAS

Por Jonatas Rubens Tavares

Pai e filho sempre davam longos passeios. Quando o pai adoeceu, os passeios cessaram. O filho, ainda menino, ficou sem o seu companheiro de aventuras, sem o seu herói. Naturalmente, o garoto sentiu falta do seu genitor. A mãe, então, entregou-lhe a carta deixada pelo falecido:

“Filho, 
O meu tempo por aqui se encerrou. Esta é  a minha despedida. Espero que entenda que não é da minha vontade partir, mas tenho que ir, porque é assim que funciona a vida. Fui sozinho para o passeio definitivo.
Deixei esta carta para te dizer o que só  vai compreender quando for mais velho, por isso guarde-a para que possa lê-la mais tarde.
Meu filho, você, sozinho, irá trilhar caminhos novos, longe das rotas por nós percorridas e chegará infinitamente mais longe do que seu velho pai foi capaz. Irá realizar o percurso sozinho até que consiga um pequeno para acompanhá-lo. Mas lembre-se sempre que, embora não possa me ver, estarei sempre ao seu lado, junto, a cada passo, porque no fim o caminho é um só e o destino é o mesmo.
Te amo, filho querido. Recorde com carinho e nostalgia as nossas tardes, as nossas caminhadas, que foram únicas. Obrigado por ser o MEU companheiro de aventuras. Nunca a jornada foi tão divertida e recompensadora quanto foi ao seu lado.

                                                                                                                          Papai.”

Agora, crescido, o não tão menino relê  a carta e guarda-a, com todo o cuidado, dentro de um pequeno baú. E parte para a caminhada vespertina com o SEU companheiro de aventuras.



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