sexta-feira, 3 de maio de 2013

PAI DE POETA

Por Walter M. Ziebarth


Aos trancos e barrancos, sem eira nem beira, 
o menino crescera de espírito alado.
Pobre bastardo de vida grosseira,
nascido na leira de chão arado.

Filho ímpar de mãe solteira, 
"Fruto de rameira" ele fora chamado.
Criou-se forte à sua maneira, 
ouvindo asneira de punho atado

De casa humilde e infância ligeira, 
vira a "rameira" tornar-se Rainha.
E por mais que a vida lhe desse rasteira,
jamais movera a mão à bainha.

Carrega o rancor em sua algibeira
e sobe a ladeira em busca da vinha,
que é sua, por direito, a vida inteira,
sem nunca esquecer a vida que tinha.

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